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A Bain & Company, em parceria com o Centro Mundial de Diamantes da Antuérpia, lançou a sexta edição anual do Relatório Anual da Indústria de Diamantes. Segundo a pesquisa, o setor alcançou crescimento de 3% no ano passado, resultado dois pontos porcentuais inferior a 2014, em virtude da desvalorização do dólar e do menor consumo da joia no mercado chinês.
O levantamento também revelou que as vendas de diamantes brutos caíram quase 25%, por causa da redução no volume de compras do segmento de corte, polimento e a comercialização de estoques que somavam cerca de US$ 5 bilhões.
A indústria de diamantes passou por uma estabilidade relativa em 2015, graças aos EUA, que tiveram papel de válvula propulsora pela grande procura de sua classe média por joias. a China perdeu a atratividade turística para outros países da Ásia como Hong Kong e Macau, e com isso as vendas locais de diamantes aumentaram na Europa e no Japão, que ainda são destinos preferidos dos turistas.
Além disso, o estudo também destaca a queda de aproximadamente 2% nas vendas do subsegmento de corte e polimento de diamantes, motivada pela redução da demanda global de joias e consequente aumento dos estoques dos varejistas. Diante disso, o volume de compras do setor diminuiu para comercializar os superávits acumulados em 2013 e 2014, o que contribuiu para queda de 10% nos preços da pedra polida em 2015.
Embora a consultoria tenha percebido uma leve recuperação da demanda por diamantes brutos em 2016, o período das festas é que vai determinar o desempenho do varejo e midstream que deve enfrentar algumas ameaças, como acesso a financiamento, consumo pequeno na China e a existência de diamantes falsos e sintéticos, ainda persistam neste ano.
Mas a perspectiva para a indústria de diamantes no médio prazo ainda é desafiadora, visto que novos fornecedores devem surgir e os mercados-chave enfrentam algumas incertezas no ambiente social, político e econômico. A Bain & Company afirma, porém, que a tendência para o setor no longo prazo é positiva e projeta que a retomada no fornecimento e demanda de diamante bruto deve ocorrer entre 2019 e 2020, motivada pela procura dos americanos e pelo crescimento da classe média na Índia e na China.
O poder dos Millenials
A análise também revelou que o número e o poder crescente de compra dos Millenials pode mudar o panorama geral do mercado de diamantes no médio e longo prazo. Por isso, a consultoria realizou entrevistas com mais de 1.500 jovens na China, Índia e nos EUA para entender o comportamento deles em relação aos diamantes e descobriu que seus gostos são similares ao da geração anterior, pois a joia também é encarada como um dos presentes mais desejados.
Mas existem diferenças no comportamento de compra de joias desses jovens, conforme o país. Os americanos, por exemplo, preferem e-commerce, enquanto os indianos vão a lojas de departamentos e os chineses gostam das lojas especializadas. A população de Millenials nesses locais já totalizava 900 milhões de pessoas em 2015, com ganhos que alcançaram a marca de US$ 8 trilhões, e a perspectiva é que essa quantia dobre até 2030. Para ter uma ideia, com o valor atual eles já representam a 4.ª maior economia mundial, atrás apenas dos EUA, da União Europeia e China.
De acordo com a avaliação da consultoria, a indústria de diamantes precisa investir em marketing e construção de marca, além de modificar a experiência de compra dos clientes no varejo, a fim de atrair este grupo. Mas, ressalta que alguns produtores e varejistas já estão buscando formas de engajá-los e aqueles que se recusarem a fazer isso vão encontrar dificuldades em um mercado que já está turbulento.
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