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O maior mercado consumidor do mundo tem enfrentado desafios constantes para manter seu segmento de luxo vivo: de acordo com o estudo “2015 China Luxury Market Trends – Can it rebound?”, elaborado pela Bain & Company, o mercado chinês de luxo caiu 2% em 2015, tendo registrado prejuízo de 113 bilhões de Yuanes, equivalente a US$17,2 bilhões, em decorrência de fatores como a política “anti-gifting”, que desestimula o recebimento de presentes luxuosos por executivos, retração da economia, quebra da bolsa de valores Q2/Q3 e à expansão do e-commerce, que merece destaque por somar 12% do total de gastos com bens de luxo chineses, tomando o lugar do comércio C2C.
Ainda de acordo com o estudo, o decréscimo do lucro no segmento de luxo não deve ser traduzido como queda no consumo da população chinesa – o que acontece, na verdade é que com a ascensão da classe média do país, muito mais chineses têm a possibilidade de viajar, e acabam realizando a compra de artigos de luxo em países da Europa e Oceania. Outro fator que colabora com a queda do mercado local de luxo da China é o chamado canal Daigou, espécie de rede de personal shoppers estrangeiros que adquirem produtos em seus países de origem e os enviam pelo correio, livres de tributação. Para refrear a queda do consumo doméstico de artigos de luxo, as marcas chinesas têm investido na revitalização, apostando cada vez mais em quatro estratégias para garantirem seu espaço no continente: exclusividade, otimização da produtividade, engajamento e criação de conteúdo digital, além de investimentos para serem percebidas como "jovens e elegantes". Além disso, a fim de estimular o comércio e reverter a situação atual para as regiões mais prejudicadas, os governos locais têm planos de apostarem em três estratégias, que geram a expectativa de que, no futuro, parte das compras efetuadas por chineses no exterior se converta para maior consumo dentro do país. São elas: Maior regulamentação do governo em relação ao canal Daigou e maior fiscalização sobre pagamento de impostos de importação; maior alinhamento de preços das marcas de luxo na China em relação aos preços internacionais; e criação de canais online para venda de seus produtos, com pricing mais adequado ao mercado local.
Outro ponto relevante mencionado pelo estudo consiste no mapeamento das regiões mais afetadas pela crise do segmento – e que, consequentemente, têm governos mais empenhados em revitalizar o consumo de artigos chineses - Enquanto Norte e Nordeste enfrentam quedas expressivas – por conta da superoferta de shoppings em algumas cidades, queda na economia local e competição forte de locais turísticos- um exemplo é a região de Hong Kong/Macau, que registrou déficit de 25% entre 2014 e 2015 – ao passo que o Leste apresenta desempenho exemplar no segmento de luxo, principalmente por conta da ascensão da classe média.
Em relação aos produtos, o mesmo acontece: enquanto cosméticos, roupas femininas e joias continuaram a liderar o crescimento do setor em 2015 – com altas de 5%, 10% e 7%, respectivamente – produtos masculinos sofreram quedas consecutivas: vestuário masculino e relógios caíram 10% e 12%, respectivamente.
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