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A saúde pública está cada vez mais cara: os gastos no setor têm crescido sistematicamente acima do PIB – chegando a representar 15% em alguns países. De um lado, temos as economias desenvolvidas, que não serão mais capazes de financiar as despesas públicas de saúde no âmbito das estruturas de hoje. De outro, as economias emergentes, nas quais, dadas as lacunas significativas na infraestrutura e os baixos níveis de gastos em saúde, temos fornecedores sob pressão constante para oferecer soluções satisfatórias a custos cada vez mais baixos. Essa pressão universal agirá como um verdadeiro catalisador, acelerando processos de mudança no mundo todo. O cenário brasileiro não será muito diferente do das demais economias em desenvolvimento: os investimentos em saúde serão alavancados pelo foco em aumentar o acesso para a população, pela maior preocupação com a saúde das classes médias e altas e por uma crescente demanda por produtos e serviços de maior qualidade, tendências que serão acompanhadas por uma forte pressão de custos entre pacientes, pagadores e prestadores de serviços. Nesse contexto, a Bain & Company desenvolveu o estudo “Tendências de saúde no Brasil” no qual compara os mercados de saúde dos países desenvolvidos e emergentes e identifica algumas tendências que configurarão o setor no Brasil e propõe iniciativas para lidar com as mudanças nos próximos anos:
Os pacientes no Brasil
Uma das tendências mais fortes será a do aumento de demanda de cuidados de saúde que impulsionará a expansão do mercado e a mudança de perfil, com aumento de gastos com doenças e com o envelhecimento da população. “De acordo com o levantamento que realizamos na Bain & Company, esperamos uma mudança no perfil das doenças a serem tratadas devido ao envelhecimento populacional e a maior preponderância de doenças crônicas. À semelhança da tendência de envelhecimento demográfico nos países desenvolvidos, no Brasil espera-se que a população com mais de 60 anos de idade cresça 80% até 2030, passando a representar 20% da população total. Adicionalmente, é também esperado que a esperança média de vida aumente dos 74,8 anos registados em 2014 para 78,6 anos em 2030. A combinação destes dois fatores aumentará cada vez mais a demanda por cuidados de saúde nos próximos anos.” Analisa Bernardo Sebastião, sócio da Bain & Company
Os prestadores de serviços no Brasil
O melhor acesso à saúde em áreas rurais tem como gargalo a falta de infraestrutura nestas regiões. Hoje, a distribuição de recursos de saúde é fortemente enviesada para as zonas urbanas. Enquanto cerca de 40% da população mora em regiões rurais, somente cerca de 30% dos hospitais e médicos se encontram nestas mesmas regiões. Atualmente é possível identificar assimetrias significativas entre as realidades de cada estado brasileiro, de forma que existe uma enorme lacuna entre a demanda e a oferta de profissionais de saúde. Rio de Janeiro, São Paulo ou Rio Grande do Sul apresentam cobertura de médicos equivalente a países como Itália, Alemanha e Estados Unidos. No outro extremo, temos diversos estados que não têm uma cobertura mínima de acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo dentro dos estados com maior cobertura encontram-se assimetrias entre as grandes cidades e as áreas rurais. A tecnologia será uma aliada tanto dos pacientes quanto dos prestadores, viabilizando a redução das distâncias e dos custos de atendimento a populações mais distantes. Os pacientes que antes tinham de se deslocar a grandes centros para serem atendidos poderão ser diagnosticados remotamente. Os especialistas conseguem ter uma maior capacidade de atuação, aumentando os seus níveis de produtividade. Nos últimos anos, por exemplo, a telemedicina permitiu atender aproximadamente dois milhões de pacientes no período de janeiro de 2008 a junho de 2014 através de telediagnósticos.
Outra tendência nesse sentido consiste na procura por eficiências operacionais, na medida em que a pressão de custos proveniente dos pagadores abre caminho para vários esforços de manutenção de rentabilidade e sobrevivência, tal como o fechamento de algumas unidades, a busca de eficiências operacionais que permitam expandir receitas sem aumento do número de leitos ou até a formação de centros de excelência focados em determinadas especialidades para ganhar escala e reduzir custos. Consequentemente, tendem a crescer no país os serviços de Home Care, impulsionado tanto pela pressão dos prestadores para reduzir custos, como também como iniciativa para fidelizar pacientes, para quem o conforto aumenta e a exposição a potenciais infecções seja inferior, reduzindo as complicações após desospitalização. Outra tendência observada pela Bain & Company entre os prestadores de serviço consiste na “especialização” dos provedores de saúde como forma de aumentar a eficiência das suas instalações. Já existem no país, por exemplo, alguns hospitais especializados em cirurgias que não requerem uma internação prolongada, conseguindo dar alta aos pacientes após apenas um dia de internação e dando depois continuidade aos cuidados dos pacientes através do serviço de home care pós-operatório para orientação de cuidados e banhos.
Sobre a Bain & Company
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