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A Bain & Company, consultoria global especializada em gestão, elaborou a nova edição do estudo “Infraestrutura Rodoviária no Brasil”. O conteúdo que é uma continuidade da primeira versão lançada em 2013, aborda as novas perspectivas para o cenário de rodovias (definidas como quaisquer vias pavimentadas) e autoestradas (rodovias duplicadas) nos próximos anos.
Com um breve panorama do cenário de três anos atrás, o material mostra que neste período a densidade de km² construídos no País era bastante deficitária (1,3 km por cada mil km² de território), colocando o Brasil em um patamar abaixo das regiões de dimensão comparável, como Estados Unidos e União Europeia. Como parâmetro, os EUA apresentavam 10,1 km por cada mil km² de território, ou seja, oito vezes mais do que a realidade brasileira.
Em uma tentativa de diminuir essa diferença em relação aos demais países de tamanhos semelhantes, o Brasil registrou um avanço significativo nos últimos três anos: construiu aproximadamente 3 mil quilômetros de novas autoestradas, o que gerou acréscimo de 0,4 km ao total obtido em 2013. E as perspectivas para o futuro são animadoras: em 2016, cerca de 1,5 mil quilômetros de vias estão em obras de duplicação, com ritmo de entregas de trechos duplicados constantes durante todo o ano.
"Apesar de ser um excelente ponto de partida, esse esforço não é suficiente sequer para o Brasil acompanhar os outros países”, destaca Fernando Martins, autor do estudo. De acordo com os dados apresentados, mesmo com a densidade de 1,7 km por cada mil km² de território de autoestradas, esse número ainda é seis vezes menor do que os EUA, que conta atualmente com 10,6 km por cada mil km² de território, e muito menor do que o da China, que possui 10,9 km por cada mil km² de território.
Embora no âmbito nacional o Brasil esteja muito atrasado em relação à infraestrutura, o Estado de São Paulo aparece como uma exceção, já que a malha rodoviária da região que alcança 23 km por cada mil km² de território de densidade é mais densa do que a da Califórnia com 16 km por cada mil km² de território e a França, 21 km por cada mil km² de território. “Para se ter uma ideia do avanço do cenário paulista, o Estado sozinho aprovou mais de 2 mil quilômetros em novas concessões nos últimos três anos, enquanto se considerarmos o território nacional esse valor foi de pouco mais de 2,4 mil quilômetros”, ressalta Martins.
De acordo com o estudo da Bain & Company, o mínimo necessário para um patamar adequado na malha rodoviária é uma extensão que aumente a densidade do País para 4,2 km por cada mil km² de território. Apesar de não ser suficiente para alcançar países com dimensão comparável, o investimento reduziria para 2,6 vezes a distância em relação aos números norte-americanos.
Para que essa meta se torne realidade, a consultoria destaca que é necessário investir US$ 300 bilhões por um período de 12 a 15 anos para viabilizar um projeto que conectaria 22 capitais e 5 fronteiras comerciais por meio da construção de 20 mil quilômetros de rodovias. “Em grande parte, isso depende das concessões, já que locais com maior PIB per capita e corredores com potencial de pedágio representam mais de 70% da malha proposta. E nas demais regiões, acreditamos que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) representam uma excelente alternativa que deve ser aplicada principalmente ao Norte do País”, explica Martins.
Com os novos investimentos, o Brasil terá acesso a benefícios que vão muito além da redução dos congestionamentos e se estendem ao crescimento econômico, aumento da produtividade, expansão e abertura de novos mercados e, claro, à segurança viária, aponta a consultoria. “Seguimos o raciocínio do investigador David Aschauer, que nos anos 80, tornou pública uma conclusão muito importante nesse sentido, estimando que para cada dólar de investimento público há um impacto permanente no PIB na mesma quantia. Então para que o Brasil possa expandir ainda mais sua economia, acreditamos que os aportes em rodovias são uma excelente opção”, finaliza Martins.
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