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Estudo da consultoria Bain & Company identificou que os biocombustíveis ainda precisam de suporte dos governos para avançar nos próximos anos. E que esses estímulos são mais eficientes na forma de mandatos do que por meio de subsídios à produção.
O sócio da consultoria, Fernando Martins, responsável pelas áreas de agricultura e energia renovável, diz que os mandatos permitem que o custo adicional da adoção de políticas energéticas seja repassado aos que usufruem dos biocombustíveis, e não a toda a sociedade, como ocorre com os subsídios. "No caso da mistura do etanol na gasolina, por exemplo, quem paga o custo é quem tem carro. Não é justo aos que usam transporte público também pagarem a conta".
Martins constata que os biocombustíveis ainda são mais caros que os combustíveis fósseis, o que reforça a tese da necessidade de políticas públicas para alavancar o consumo. "Até mesmo no Brasil, onde a produção é a mais eficiente na primeira geração, a indústria sofre quando o governo retira créditos tributários. Atualmente, o etanol é mais competitivo que a gasolina somente no Estado de São Paulo, onde os custos de produção e os impostos são mais baixos", afirmou o sócio da Bain & Company.
Na sua visão, a indústria de biocombustível é extremamente sensível a mudanças em políticas, portanto, a estabilidade é importante para o crescimento mais do que a escolha dos atuais instrumentos de política pública. "Na Alemanha, por exemplo, a retirada de subsídios criou excesso de capacidade de produção e puxou alguns produtores à insolvência. Nos Estados Unidos, muitos produtores estão hesitantes em investir em comercialização e ampliação dos biocombustíveis celulósicos sem a garantia de que o governo vai manter os mandatos até e depois de 2022", afirma.
Os biocombustíveis de segunda geração, diz ele, terão os mesmos desafios da primeira geração, como acesso a terra, alta dos custos trabalhistas e dificuldades logísticas.