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Os defensivos agrícolas, também conhecidos como agroquímicos ou produtos fitossanitários, são responsáveis pelo segundo maior faturamento da indústria de química fina, um valor que deve atingir US$ 12,2 bilhões em 2014, conforme levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), 6% acima do registrado em 2013, a maior alta de todo o setor químico. As vendas do segmento correspondem a uma fatia de 27% do total da química fina, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina).
"Estamos satisfeitos por fechar o ano com crescimento de 6%, mas cautelosos para 2015", diz Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). O setor tinha expectativa de aumento maior para 2014, entre 6% e 9%. Segundo Daher, o cenário que já começa a se desenhar reúne fatores negativos para o mercado brasileiro, como recuperação da safra americana, abalada por grave seca nos últimos dois anos, estoques mundiais de commodities muito elevados, especialmente de soja e milho, e prolongamento da seca no Brasil. O conjunto de fatores pressiona para baixo os preços dos produtos agrícolas, levando os agricultores a reduzir o plantio e usar menos defensivos.
A seca também derruba as vendas de fungicidas, por diminuir a incidência de fungos nas lavouras. Mas nos insetos o efeito é oposto, favorecendo a proliferação de pragas como moscas e lagartas. Segundo o diretor da Andef, a utilização de defensivos costuma ser equilibrada entre as três principais classes de produtos, com um terço de herbicidas, outro terço de inseticidas e outro de fungicidas. Mas em 2013, com a maior incidência de insetos, as vendas de inseticidas chegaram a 42% das vendas do segmento e a previsão é de que tenham atingido 45% em 2014.
Em 2013, as vendas atingiram US$ 4,554 bilhões, segundo o Sindiveg. Já o mercado de herbicidas cresceu 19%, para US$ 3,739 bilhões, e os fungicidas tiveram aumento de 5%, ficando em US$ 2,592 bilhões. Os acaricidas expandiram 18%, chegando a US$ 119 milhões. O faturamento da indústria de defensivos agrícolas aumentou 18% no ano passado, chegando a US$ 11,454 bilhões.
As culturas que utilizaram mais defensivos em 2013, segundo Ivan Sampaio, gerente da área de estatística do Sindiveg, foram soja (52%), cana (10,1%), milho (9,5%) e algodão (9,1%). Em 2014 essa distribuição deve se repetir, com exceção apenas do milho, cuja área deve cair cerca de 5%, devido à queda de preços, mais acentuada do que na soja. O Estado que mais consome defensivos é o Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, que absorveu 22% da demanda brasileira por agroquímicos em 2013, seguido por São Paulo, com 14%, Paraná, com 12%, e Rio Grande do Sul, com 11%.
A maior parte do mercado brasileiro é suprida por importados, que atingiram 344 mil toneladas em 2013, 25% mais do que em 2012, ao custo de US$ 7,4 bilhões, 14% acima. O consumo brasileiro, que saltou de US$ 3,3 bilhões, em 2006, para os US$ 12,2 bilhões previstos em 2014, é um dos maiores do mundo, equivalente a 20% do mercado mundial, segundo estudo da Bain & Company.