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Outro ângulo

Outro ângulo

  • outubro 15, 2014
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Outro ângulo

Não faz muito tempo, o mundo vivia uma espécie de lua de mel com os biocombustíveis, vistos como alternativa limpa e renovável para substituir os derivados de petróleo. Um estudo da consultoria Bain mostra, porém, que a relação agora está estremecida e não apenas no Brasil, onde o álcool de cana-de-açúcar vem perdendo competitividade desde que o governo passou a segurar os reajustes no preço da gasolina como forma de conter a inflação. De acordo com a pesquisa, o consumo mundial de etanol e biodiesel está praticamente estagnado desde 2011. "O mercado de biocombustíveis cresceu vigorosamente de 2003 a 2010, mas de lá para cá a expansão perdeu o ímpeto", diz Fernando Martins, sócio da Bain em São Paulo e um dos autores do estudo. A razão disso é que nos países da Europa e nos Estados Unidos os biocombustíveis não mostraram ser competitivos sem incentivos do poder público, e tanto europeus quanto americanos têm sido reticentes em conceder estímulos ao setor. "Em muitos países, os governantes decidiram direcionar os recursos para incentivar o desenvolvimento de outras fontes de energia limpa, como a eólica e a solar", afirma Martins.

O mercado esfriou
O consumo de biocombustíveis cresceu fortemente de 2003 a 2010 – mas a expansão perdeu vigor desde então.

Faltou Força
As causas para o arrefecimento no mercado de biocombustíveis nos principais mercados

BRASIL
Desde 2011, o governo brasileiro vem segurando os reajustes na gasolina e no óleo diesel – isso diminuiu a competitividade do etanol, que perdeu participação no mercado de combustíveis do país.

ESTADOS UNIDOS
O etanol americano, obtido do milho, é pouco competitivo. Por isso, os Estados Unidos investem no desenvolvimento do etanol de segunda geração, extraído da celulose das plantas – mas essa tecnologia não evoluiu como esperado.

EUROPA
Os europeus diminuíram os incentivos ao biodiesel, seu principal biocombustível, e redirecionaram recursos para outras fontes de energia, como a solar e a eólica, obtendo maiores ganhos de produtividade.

Conclusão
A retomada da indústria do etanol no Brasil depende, antes de mais nada, de uma revisão na política de preços da gasolina. Nos demais mercados, porém, o futuro dos biocombustíveis está mais ligado ao desenvolvimento de tecnologias que aumentem a produtividade.