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Sem atalhos: O caminho das mulheres para alcançarem o topo
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Ao observarmos a equipe executiva de qualquer empresa brasileira, provavelmente, veremos ainda uma pequena presença feminina. Mesmo após décadas de esforços para mudar essa realidade, boa parte das lideranças empresariais concorda que mais mulheres poderiam alcançar altas posições hierárquicas. O processo de mudança tem sido muito lento. Sem ações ousadas, será necessário outras tantas décadas antes que a representação delas em cargos de chefia atinja uma massa crítica e ainda mais tempo para se igualar à dos homens.

Ironicamente, o grupo de profissionais do sexo feminino no Brasil nunca foi tão sólido. Desde 1985, o número de mulheres com um diploma superior nas mãos é maior do que o dos homens, representando cerca de 58% dos alunos universitários em 20111. No mesmo ano, elas foram maioria nas salas de aula de importantes disciplinas, como Administração e Direito (51% e 52%, respectivamente). Isso já as colocaria entre os candidatos mais qualificados para os cargos de nível iniciante e também criaria uma grande oportunidade para aspirantes a postos mais elevados. E elas sonham alto. Uma pesquisa de caráter global da Bain & Company, realizada ao longo dos últimos três anos, mostra que a ambição das mulheres e a dos homens praticamente se equivalem. No Brasil, 66% delas e 72% deles desejam chegar a líderes de negócios de nível sênior.

Apesar da abundância de mulheres qualificadas e ambiciosas, apenas 4% dos principais executivos entre as 250 maiores empresas brasileiras são do sexo feminino (Figura 1). As mulheres estão particularmente sub-representadas em posições de gerência executiva, primeiro passo para promoções a níveis hierárquicos mais elevados. Como apenas 14% desses cargos são ocupados por mulheres, não surpreende que, neste ranking de importantes companhias do país, encontremos somente nove CEOs do sexo feminino.

O que impede as mulheres de atingirem o topo, mesmo que, por quase duas décadas, elas tenham investido tanto em qualificação? Reconhecemos que muitas fazem a escolha legítima de se concentrar em formar uma família ou tomar um caminho alternativo, como abrir seu próprio negócio. Mas vale questionar se as organizações brasileiras estão criando condições para que elas atinjam o pleno potencial em suas carreiras.

As mulheres sentem que não têm as mesmas oportunidades que os homens. Embora haja uma quantidade razoável de estudos sobre paridade dos gêneros, é preciso se aprofundar melhor na questão. A Bain & Company realizou uma pesquisa com membros da comunidade empresarial brasileira para entender por que a representatividade das mulheres em altos cargos de liderança é tão baixa.

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