Brasil, novembro de 2023 - No mundo dinâmico dos negócios, a busca por uma fórmula que equilibre lucro e a satisfação dos funcionários é constante. Essa procura ganha ainda mais relevância no contexto da liderança, uma vez que a forma como nós, gestores, orientamos nossas equipes desempenha um papel crítico na criação de uma cultura corporativa sustentável. A partir de uma visão multidisciplinar que compreende tanto técnicas de gestão quanto questões subjetivas e comportamentais, é possível identificar lições essenciais sobre como os líderes podem conduzir o sucesso empresarial e, ao mesmo tempo, impulsionar o contentamento dos colaboradores.
O primeiro ponto a destacar é que a liderança deve ser multifacetada: os líderes mais eficazes combinam características que ajudam a ensinar a seus times tanto de forma passiva quanto ativa. O ensino passivo ocorre por meio do exemplo, mostrando como o trabalho do time se alinha com a missão e os valores da organização. Já o ensino ativo envolve identificar os pontos fortes de cada colaborador e oferecer orientação para skills que precisam de melhoria. Essa abordagem dupla cria um comprometimento mais consistente da equipe e maior alinhamento com os objetivos da empresa.
Segundo Arthur C. Brooks, cientista social e professor da prática de gestão na Harvard Business School, é possível explorar quatro bases para a satisfação de cada indivíduo: fé, família, amigos e trabalho. Embora os líderes corporativos possam ter influência limitada sobre as três primeiras bases, é importante que os gestores criem políticas no local de trabalho que permitam aos funcionários fortalecer as demais bases em seu tempo livre. A pesquisa de Brooks indica que o trabalho tem mais significado para os colaboradores quando eles percebem que a importância de seu papel na companhia e quando têm sucesso em suas tarefas.
Para ampliar a satisfação nessa área, criar uma cultura no ambiente de trabalho na qual as amizades possam se desenvolver naturalmente também é crucial. Outras atitudes dos gestores que contribuem para melhorar a percepção dos funcionários é explicar ao time como suas funções específicas contribuem para o crescimento da empresa e, sempre que possível, oferecer oportunidades de promoções internas e recompensas para aqueles que se destacam.
O bem-estar dos colaboradores e a lucratividade das organizações estão totalmente interligados. De acordo com o estudo “A Trama do Pertencimento”, funcionários que se sentem mais incluídos são quatro vezes mais propensos a usar a criatividade e desafiar o status quo em busca de inovação em suas atividades. Outro levantamento, realizado por pesquisadores de Oxford e Harvard, mostra que indicadores mais altos de bem-estar dos colaboradores estão correlacionados com maior valor de mercado, melhores retornos sobre ativos, lucro maior e melhor desempenho no mercado de ações.
Funcionários sobrecarregados elevam as taxas de esgotamento e de turnover, o que acaba gerando custos à empresa. Além disso, quando os colaboradores não entendem como seu trabalho faz diferença na companhia e assistem a constantes contratações externas, em vez de promoções dentro dos times, eles acabam por diminuir seu senso de propósito e contribuição.
Ao reconhecer o papel crítico que a satisfação dos funcionários desempenha na equação do sucesso, os gestores podem aumentar a rentabilidade de suas empresas ao mesmo tempo em que criam ambientes de trabalho mais saudáveis e gratificantes. A busca contínua pela harmonia entre lucro e a qualidade de vida deve ser um compromisso constante de todos os líderes que desejam conduzir suas equipes na direção do sucesso.