Press release
Fevereiro de 2025 - A mais nova edição do Global Private Equity Report, da Bain & Company, revela uma retomada significativa no setor, com um forte aumento nos investimentos e saídas em 2024. O valor em aquisições subiu 37%, totalizando US$ 602 bilhões, enquanto as saídas cresceram 34%, atingindo US$ 468 bilhões – sinais de recuperação após dois anos desafiadores. Os números refletem um retorno gradual da confiança no mercado, apesar do cenário macroeconômico ainda marcado por tendências de inflação, taxas de juros significativas e questões geopolíticas.
O relatório também indica que o caminho para uma reabilitação plena ainda está repleto de desafios. A captação de recursos, por exemplo, continua sendo um obstáculo importante, com uma queda de 24% em relação ao ano anterior. A competição por capital se mostra cada vez mais acirrada, com investidores mais seletivos, priorizando fundos com histórico consistente e estratégias de valor bem diferenciadas.
Gustavo Camargo, sócio da Bain e líder da prática de Private Equity, alerta que o cenário de recuperação deve ocorrer mediante mudanças estruturais no setor. “O aumento dos custos para gerar retornos superiores ao mercado, a pressão sobre as taxas de administração e a competição crescente por bons negócios são fatores que demandam uma evolução das estratégias de criação de valor”. Para o especialista, “os fundos devem implementar modelos diferenciados e de longo prazo, aliados a uma clara definição de ambições. Com isso, será possível ampliar as chances de sucesso nos próximos anos”, pondera.
Em relação aos mercados de fusões e aquisições, o relatório também observa que, embora as transações dentro do setor estejam em crescimento, a concorrência por bons ativos se intensificou. A Bain reforça que, para os fundos de PE se destacarem, será necessário estabelecer estratégias claras, com um plano sólido de criação de valor desde a due diligence até a execução pós-aquisição.
Ao analisar o desempenho dos carve-outs corporativos, o relatório destaca que, enquanto esses negócios costumavam gerar um múltiplo médio de 3,0x no capital investido, esse valor caiu para 1,5x nos últimos anos. No entanto, carve-outs de alto nível ainda têm gerado bons retornos, com um múltiplo médio de capital investido de 2,5x. Camargo reitera que uma abordagem estratégica desde o início é essencial para o sucesso das operações. “Os investidores devem garantir uma estratégia clara de criação de valor desses negócios desde a due diligence, além de um plano de desmembramento e execução robustos, para mitigar riscos e alcançar retornos sólidos”.
Outro ponto importante abordado pela Bain é o impacto da Inteligência Artificial (IA) no setor de private equity. Muitas empresas já estão investindo de forma massiva na tecnologia para otimizar suas operações e gerar valor em suas carteiras de investimentos. A IA não é uma solução única, mas pode ser uma chave para o sucesso, com empresas explorando seu potencial para melhorar a eficiência operacional e aumentar receitas.