Press release
Um novo estudo da consultoria estratégica Bain & Company sobre os impactos e o estágio da pandemia no Brasil prevê uma segunda onda da Covid-19 mais leve e considera que o vírus seja endêmico na maioria das grandes cidades.
As características do Brasil como densidade, uso de transporte público e desenvolvimento econômico serão fatores importantes para definir como cada região será impactada. “O País apresenta as principais condições para que o vírus se espalhe rapidamente: alta densidade demográfica, alto uso de pessoas em transporte público e dividindo a mesma casa, baixo número de testagem e de rastreamento de casos” revela Ricardo Gold, sócio da Bain & Company.
Brasil ainda tem 11 estados em estágio preocupante de crescimento
O número de novas mortes por dia reforça a diferença de estágios de contaminação em que cada estado brasileiro se encontra. Em queda, vemos regiões como Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Ceará, Amapá e Acre. Já na fase de platô, de encontram Sergipe, São Paulo, Roraima, Rondônia, Piauí, Maranhão, Espírito Santo, Amapá e Alagoas.
Os que mais preocupam agora são os Estados em fase de aumento no número de casos, entre eles Tocantins, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia e o Distrito Federal.
Mesmo apresentando pequenas melhorias quando comparadas ao início da pandemia, o Brasil ainda está entre as piores referências para teste, com apenas o estado da Paraíba apresentado indicador próximo ao ideal. “O Brasil foi muito centralizador na testagem e demorou para perceber que não basta ter capacidade instalada, é preciso que todas as fases de testagem sejam feitas”, completa Gold.
Segunda onda mais branda
Os números mostram que a segunda onda será mais leve em comparação com a primeira em países que foram gravemente afetados, como o Brasil.
“Acreditamos que o Brasil está mais preparado para a segunda onda. Conseguimos entender quais medidas funcionam contra o vírus e essa experiência será importante na nova fase para não deixar acontecer um colapso no sistema de saúde”, afirma Gold.
Ainda assim, o impacto econômico deverá ser sentido, principalmente em setores de serviços que envolvem o contato, como salões de beleza e restaurantes. Além disso, deve atrasar ainda mais a retomada de segmentos como turismo, hotelaria e entretenimento.
Retomada econômica
O Brasil já aponta sinais de recuperação econômica, mas deve passar por um longo período de recuperação. O levantamento da Bain apontou que a indústria está se recuperando rapidamente. O Purchasing Managers Index (PMI) já era de 52% em junho, mesmo mês em que o consumo de energia e os níveis de ocupação da indústria reverteram a tendência negativa e começaram a crescer.
Além disso, as commodities estão voltando aos seus níveis normais de preços, com exceção do petróleo bruto e já se vê sinais de recuperação de consumo - em maio, vendas no varejo começaram a crescer atingindo 93% do patamar de janeiro.
Alguns segmentos serão mais impactados, como comércio e indústria, enquanto outros deverão ter mais facilidade para navegar na crise, como agricultura e mineração. “Espera-se que o Brasil volte aos níveis de PIB de 2019 apenas em 2022”, afirma Ricardo Gold.
Lições e aprendizados de outros países
A maioria das economias desenvolvidas está usando abordagens semelhantes para reabertura, como relaxamento das medidas de supressão através de um plano regionalizado e detalhado, além de reforço nas ações de mitigação. Nas políticas de supressão, algumas boas práticas são observadas: reabertura gradativa por setor, restrição de aglomeração, controle de fronteira, reabertura regional e existência de planos de emergência. Aumento de número de testes por dia e implementação de sistemas de rastreamento para garantir a capacidade de deter novos surtos tem funcionado de forma eficaz.
Os dados mostram que com 5% a 10% de imunidade à exposição, a maioria das regiões foi capaz de estabilizar a curva de contaminação. Contudo, estratégias distintas e tempo para reagir levaram a diferentes conclusões até agora. Regiões que reagiram mais tarde - como Nova York e Lombardia - obtiveram taxas de mortalidade relativa mais altas do que as que controlaram a doença mais cedo, como Londres.
O teto para os níveis de exposição é mais alto do que em países que estão controlando a doença (entre 10% e 20% de exposição), o que significa que medidas de mitigação e supressão contínuas permanecem relevantes uma vez que esses locais abram suas economias. Por outro lado, países como o Irã e alguns estados dos EUA tiveram problemas para desacelerar a curva após aliviar a supressão.
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